quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Raoni derrota Taj, mas é prejudicado por julgamento absurdo

Amigos, é uma pena assistir a um campeonato de surfe com os melhores do mundo, em boas condições de ondas - 6 a 7 pés -, e ter como principal assunto do dia mais uma decisão absurda da arbitragem.

E o pior é que, mais uma vez, o prejudicado foi um brasileiro. Assim como Jadson André já havia sido claramente garfado em uma disputa contra Taj Burrow, em New York, nesta quarta foi a vez de Raoni Carvalho ganhar do australiano e não levar.

Um absurdo, uma vergonha, um descaramento. Tanta coisa ruim que nos leva a sentimentos ainda piores, como a tristeza e a impotência. É duro pra alguém que considera assistir aos campeonatos do WT uma de suas maiores diversões.

Quem quiser assistir a como o carioca foi roubado é só acessar o link: http://quiksilverlive.com/profrance2011/heat_review.en.html#quality=med&round=135&heat=149

As duas ondas na casa dos 6 alto que cada um dos dois surfistas recebeu foram extremamente mal-julgadas. Taj ataca a parede com uma série de carves (notem que no primeiro ele fica um pouco preso), enquanto Raoni, em uma onda maior, agride o lip com uma sequência de pancadas, carves e floaters. Ou seja, mais potência, mais radicalidade, maior variação, onda melhor, mas o brasileiro ganha apenas 0,17 décimos a mais.

Quando se compara as ondas na casa dos 4, também se percebe a distorção. Mais uma vez, Raoni pega uma onda maior e mais limpa. Faz uma série de rasgadas e cai no floater. Taj pega uma onda menor, espumada, rasga com menos potência e, ok, acerta um floater na conclusão. Mas nada que justifique uma onda 0,84 ponto a mais, o que acaba por garantir a virada ao australiano.

Enquanto o julgamento da ASP tiver dois pesos e duas medidas e sempre beneficiar os medalhões escolhidos pela entidade, o surfe não será um esporte de grande credibilidade. Não é à toa que existam tantos surfistas que sequer acompanham as competições. Mesmo com o show de transmissão que as etapas do WT proporcionam.

Raoni deveria exigir que a ASP publicasse um comunicado oficial sobre o que houve na bateria. Igual ao que a entidade divulgou após as reclamações (justas, diga-se de passagem) de Owen Wright após a derrota para Mineirinho, no Rio.

Uma boa oportunidade para a ASP demonstrar que dispensa o mesmo tratamento a todos os seus associados.

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