segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Proposta para evitar distorções e democratizar o WT

Ontem li uma matéria no site da ASP, do ex-pro Chris Munro, que teve como mote uma discussão, via Twitter, entre Kelly Slater e Sunny Garcia.

A bronca entre os dois campeões mundiais foi quanto ao formato atual do Circuito Mundial.

Como todos sabem, Slater foi a principal voz por um WT mais fechado, com menos surfistas.

Sunny engrossa o cordão que tem outros tops, como Bobby Martinez e Freddy P., que não concordaram com a diminuição de integrantes da elite (de 45 para 34).

No bate-boca virtual, Slater tirou o dele da reta e botou a responsa pela mudança em uma suposta decisão conjunta, enquanto o feroz havaiano disse para o decacampeão "descer da porra do muro e olhar pelos novos surfistas".

O Blog do Surfe, desde sempre, é contrário às mudanças. Um esporte emergente como o surfe precisa se abrir e não se tornar algo cada vez mais exclusivo. Abranger mais nações do que seguir como coisa de australianos, norte-americanos, havaianos, brasileiros, sul-africanos e um ou outro europeu ou taitiano.

O corte do meio de temporada se mostrou sem sentido. Por pouco não tirou da disputa, via o ranking unificado, surfistas que poderiam brigar por um top-10, caso do português Tiago Pires. Quem entrou não vai ter chance de brigar pelo título mundial.

E a situação de CJ Hobgood? Caiu fora no meio do ano e, já no evento seguinte, faturou o título de um prime e hoje está no 26° lugar do ranking unificado. Ou seja, acima de seis ou sete que disputam o WT.

Quer mais distorções? Para definir quem entrou no WT no meio do ano, os surfistas tiveram oito eventos primes, cinco seis estrelas e três cinco estrelas. Do corte ao final da temporada, quando haverá outra mexida na lista do WT, serão somente três primes e quatro seis estrelas.

O que parece é que a ASP está no meio do caminho em relação ao formato da ATP, a entidade que rege o tênis e da qual a associação dos surfistas é uma declarada seguidora. Mas não dá para fazer algo pela metade sem que isso se torne uma arremedo.

Se o ranking é para ser unificado, que todos tenham chance de disputar as etapas mais ricas, no caso, o WT. Para isso, duas mudança precisam ser efetivadas imediatamente.

1. Cada etapa do WT tem que contar com os 32 melhores do ranking unificado naquela data. Ou seja, quebra a cada etapa.

2. Realização de triagens com, pelo menos, os 24 primeiros colocados abaixo dos 32. Uma triagem que pode ser realizada em um turno, com dez baterias. Uma sugestão de formato: Quatro baterias de quatro, com os colocados entre o 41° e o 56°, e os dois primeiros de cada avançam. Eles se juntam a outros oito pré-classificados, do 33° aos 40°, e o round tem mais quatro baterias de quatro. Os dois melhores de cada avançam para o round 3, com duas baterias de quatro e os dois primeiros de cada garantem vaga na chave principal. Isso é democratização. O cara que for bom pode começar o ano como 56° do ranking unificado e ser campeão do mundo.

E os tops continuariam com uma chave mais enxuta, com 36 surfistas, como as do formato atual do WT.

A mudança aumentaria a janela em apenas um turno. Uma manhã ou uma tarde. Nada mais que isso. E garantiria uma rotatividade maior na elite.

E aí, o que você acha da proposta?


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