Estou sempre na torcida pelos brasileiros. É por isso que acompanho sempre os eventos do WQS. Mesmo os que são de madrugada.
E tenho bem claro na minha cabeça que, em se tratando de divisão de acesso, a torcida deve ser maior pelos mais novos. Assim, o Brasil garante uma renovação constante e vai dando experiência a um número maior de surfistas.
Jean da Silva e Simão Romão são dois dos que têm mais chance de brigar por uma vaga no WCT. Mas, é preciso dizer, é nos momentos decisivos, diferenciados, onde a pressão se faz mais forte, que se separa um surfista do WCT de um do WQS.
O Super Series de Seignosse é um desses momentos.
Jean vai ser um dos grandes prejudicados pela etapa. Perdeu de cara, não trocou seu resultado e, pior, viu uma leva de surfistas que estavam poucas posições atrás no ranking, fazerem o que ele não fez. Com isso, vai ser expulso do Top 15. Pelo menos sete surfistas já o passaram, o que faz com que ele saia até mesmo do Top 20.
Simão Romão foi melhor. Avançou ao round dos 24 e ao menos não se distanciou da briga pela vaga. Mas viu a maioria dos seus rivais imediatos, os mesmos que vão passar Jean, avançarem um pouco mais longe que ele. E é esse "um pouco mais" que faz a diferença.
O Super Series causou um efeito de divisão no ranking do WQS. Agora, o funil dos que têm chances reais de lutar por uma vaga no WCT apertou de vez. É que todos os surfistas colocados entre o 20o. e o 26o. lugar chegaram ao menos ao round dos 24 e elevaram bastante suas pontuações. No pelotão seguinte, até o 39o., apenas o sul-africano Royden Bryson (31o.) fez campanha semelhante.
Com isso, vai se abrir uma distância de pontos grande entre os dois grupos. Cerca de 800 pontos vão separar o havaiano Roy Powers, que é quem deve ficar na rabeira do pelotão principal, o que briga diretamente pelas vagas, do tahitiano Michel Bourez, o ponteiro desse segundo pelotão. Para os surfistas desse segundo grupo, um resultado de quartas-de-final em seis estrelas, por exemplo, apenas os colocarão de volta à briga. Antes do Super Series, era capaz de colocá-los já no grupo dos Top 15.
Pois é. Jean e Simão estarão um pouco acima de Roy Powers. Perto da rabeira do pelotão principal.
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