domingo, 11 de setembro de 2011

Triagens de verdade e democratização


Surfistas que estão bem no World Ranking, como Jessé Mendes, mas que estão fora do Top 34, deveriam participar das triagens das etapas do WT.

Por que a ASP não reativa as triagens nas etapas do WT? Triagens de verdade, não os campeonatos restritos aos surfistas da equipe do patrocinador do evento, como tem acontecido. Ok, os caras bancam a etapa e os wild cards (como são chamados os convites) são reservados aos patrocinadores. Mas por que não incluir nessas disputas os surfistas que estão mais bem colocados no World Ranking entre os que estão fora da elite?

Após a decisão de considerar apenas o World Ranking para definir quem permanece na elite para a segunda metade do ano, a medida fortaleceria ainda mais essa nova classificação que engloba os resultados obtidos por um surfista em qualquer tipo de campeonato (WT, Primes e Stars).

No ano passado, a ASP diminuiu a chave das etapas do WT de 48 para 36 surfistas, principal mudança no formato do circuito nos últimos anos. Os argumentos foram de que a medida encurtaria o período de duração de cada etapa e a premiação seria dividida entre menos gente, proporcionando uma remuneração maior aos tops.

Mas não há como negar que a decisão também restringiu a briga pelo título mundial. Primeiro, por uma questão básica de matemática - os integrantes da elite passaram de De 45 para 34 surfistas. Além disso, alguns competidores que estavam no WT no primeiro semestre não conseguiram se requalificar e os novatos não terão condições de se tornar campeão nem que vençam todas as etapas até dezembro.

Atualmente, o World Ranking já é utilizado para definir quem figura na elite, com um corte agora, no meio da temporada, e quem são os cabeças de chave de cada etapa.

Mas imagine como o WR cresceria de importância se os surfistas colocados entre o 34° e o 40° lugares, por exemplo, ganhassem o direito de disputar uma triagem com convidados dos patrocinadores e representantes locais do país-sede de cada etapa do WT. Sem dúvida seria um molho a mais.

Se o cara é novo no circuito, está subindo no ranking só com Primes e Stars, mas tem surfe para fazer um estrago na elite, já teria a chance de pontuar na corrida pelo título mesmo estando fora dos Top 34. Um bom exemplo é Gabriel Medina. Ele já poderia ter tido a chance de disputar outras etapas do WT deste ano se passasse por algumas triagens antes de garantir um lugar cativo na elite.

No caso dos que não se requalificaram nesse corte de meio de ano, se eles se mantivessem ao menos entre os 40 melhores, teriam a chance de continuar na briga, via triagens.

E seria bacana se, ao contrário do que ocorre na elite, quando as vagas valem até o final do ano, esses convites para as triagens fossem feitos a quem ocupasse um lugar entre 34° e 40° do WR até uma semana antes de cada etapa.

Tenho certeza de que essa ação devolveria um caráter mais democrático ao circuito, algo que ficou arranhado com a mudança do ano passado.

PS: Antigamente, quando ainda não havia o formato do antigo WCT, agora WT, toda etapa tinha uma triagem com os surfistas que não tinham ranking suficiente para entrar na chave principal. O tênis, que serve de inspiração para o formato adotado pela ASP, faz um qualifying em cada uma das etapas, também com os jogadores que não conseguem, via ranking, um lugar na chave principal.

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