
Você esperava mais das estreias de Gabriel Medina e Miguel Pupo no WT? Eu também.
Ainda assim, não dá para crucificar os dois jovens brazucas. Surfaram bem em um mar que, até aqui, foi uma grande loteria. Não perderam porque tremeram ou coisa assim.
Cometeram alguns erros, é verdade, mas que não me venham com aquele discurso clichê de "faltou experiência", "WT é diferente". Não avançaram mais porque em um mar que produziu duas ou três ondas boas por bateria, o resultado pode ir para qualquer lado.
O erro de Pupo veio ainda no Round 1, quando caiu em uma dessas boas ondas. Mas o aussie Julian Wilson já estava disparado na frente e, muito possivelmente, um high score para o brasileiro não faria tanta diferença.
No Round 2, pegou um Heitor embalado e, em mais uma bateria pobre em ondas, viu o adversário pegar a melhor delas.
Medina vacilou em apenas um momento no round 3, contra Josh Kerr. Quando tinha a prioridade e pegou a onda da frente, deixando a melhor da série para o australiano. Isso quando faltava um minuto e pouco para o final.
Mas, na minha humilde opinião, mesmo com esse deslize, Medina deveria ter vencido a bateria. A onda em que Kerrazy virou o resultado, um 6,50, foi inferior à onda em que Medina tirou um 6,40. Mas, como bem colocou Júlio Adler em um dos textos sobre a etapa de NYC, Kerr é o novo queridinho dos árbitros do Tour.
WT tem dessas coisas.
O que eu vejo em Medina e em Pupo é uma postura e um senso de estratégia nas baterias que fazem deles dois surfistas preparados para o WT. Claro, ainda há muita experiência a ser adquirida, mas os dois têm o olhar matador desde sempre. E isso você tem ou não tem.
Há outros surfistas brasileiros que claramente não têm essa postura. E isso ainda faz falta mesmo que eles já tenham vários anos de Tour e estejam perto da casa dos 30.
Eu cravo que Medina e Pupo vieram para ficar.
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