
Slater rumo ao décimo-primeiro título mundial. Com o Avatar na cola dele.
Para muita gente, um resultado contestado. Owen devia ter ganho na final. Não concordo.
Quer dizer, acho que poderia ter ido para qualquer um dos lados. Claro, em Trestles, na casa de Kelly, seria muito difícil o resultado ter sido outro. Mas não há como não reconhecer que o careca surfou demais.
Os anos passam, o surfe evolui, o julgamento passa a valorizar as manobras mais progressivas, mas não aparece ninguém igual ao norte-americano de 39 anos. O surfe base-lip, com extrema velocidade, estilo, precisão e inventividade de Slater ainda é incomparável.
Quem já não passou pela situação de achar que o Careca vai tentar um aéreo e ele vem com um layback animal? Ou que ele vai partir para um daqueles carvings absurdos e de repente o cara tira uma rabetada da cartola.
O tempo parece não ter feito qualquer mal ao decacampeão. Se querem manobras progressivas, ele estará pronto para executá-las. Se querem pressão, bom, isso para ele é o básico.
Owen Wright está em grande forma. Surfa fácil, limpo, voa com absoluta tranquilidade, não perde velocidade após desgarrar a rabeta ou inverter a direção. Tem muita força nas pernas e a prancha sempre aponta o bico para o céu.
Slater tem um adversário forte e, acima de tudo, consistente. Como Parko, Jordy, Taj e Mineirinho nunca conseguiram ser. Como Fanning, sabe-se lá porque, deixou de ser, ao menos este ano.
Ainda assim, acho que o ano vai ser de aprendizado para o Avatar.
E de décimo-primeiro título mundial para Kelly Slater.
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