Se o pacto firmado pelos brasileiros do WCT, para colocar ao menos um representante na final de cada campeonato, deu em água nas três primeiras paradas do Tour, em Arica, onde acontece o quarto evento do ano, o pacto naufragou de vez.
Nas duas provas disputadas na Austrália e no campeonato do Tahiti, o máximo que conseguimos foi ter um surfista nas oitavas-de-final.
Em Arica, ao menos repetimos o resultado. Bruno Santos passou agora há pouco pelo vice-líder do ranking, Taj Burrow.
Mas Bruninho não é integrante do WCT. Ele disputa a etapa como convidado da Rip Curl, patrocinadora do evento e do próprio Bruno. Os outros, que estão na batalha por uma melhor posição no ranking, conseguiram no máximo o 17o lugar.
Não sou pessimista. Se fosse, seria também um tremendo de um masoquista, pois um dos meus maiores hobbies é acompanhar os brasileiros no Tour. Mas confesso que, desde a primeira vez que ouvi falar nesse tal pacto, não botei a menor fé.
Acho que temos condições de avançar mais e pra isso não é preciso nenhum pacto. Pra ver nossos representantes chegando às quartas-de-final com mais constância, ou mesmo às semifinais, finais e, por que não, ao topo do pódio, é preciso, fundamentalmente, uma coisa: atitude.
Dá pra notar daqui, da tela do meu notebook. Nas baterias com três caras, os brasileiros surfam de um jeito. Soltos, com segurança. Dificilmente caem da prancha ou deixam de completar um tubo. Com esse espírito, a gente sente que até mesmo a sintonia com as ondas flui melhor.
Nas baterias homem-a-homem, quando perder significa ir embora, a coisa muda radicalmente. E a gente sempre fica com a impressão de que o cara surfou abaixo do que pode render.
Falei em atitude, porque parece que o problema maior é a falta de preparo psicológico. Até porque o problema se agrava quando a bateria é contra um top como Slater, Irons ou Fanning.
Mas tá na cara que falta também estratégia para esse tipo de bateria em que a disputa é direta, um contra o outro. Nas baterias de quatro caras o nível de estresse é infinitamente maior, até porque, tirando a final, é muito comum um cara estar em último e, com uma nota, passar para segundo lugar e colocar a mão na vaga pra próxima fase.
Na homem-a-homem, não. É matar ou morrer. E, nesse cenário sufocante, somos nós que temos morrido.
Mas essa questão específica do desempenho dos brasucas nas baterias homem-a-homem é assunto pra outro post.
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