
Kelly Slater, Andy Irons, Mick Fanning (foto), Taj Burrow e Joel Parkinson. Acho que se fizermos uma enquete sobre quem são os cinco melhores surfistas do mundo, vai ser muito difícil que algum outro cara, senão um desses cinco, apareça entre os vencedores.
Os caras realmente detonam. Surfam com muita velocidade, pressão e radicalidade, dominam todas as manobras, dificilmente caem e ainda são excelentes competidores, sabem o que fazer - e o que não fazer - durante uma bateria.
Mas o assunto desse artigo não é, exatamente, as qualidades dos cinco fabulosos.
"Pra passar por um desses caras em uma bateria é preciso não deixar dúvidas sobre a sua vitória. Não basta vencer, tem que vencer bem". Declarações dessa natureza, talvez com outras palavras, já foram ditas por diversos componentes do WCT.
Quem acompanha assiduamente as transmissões da divisão de elite do Mundial, provavelmente já teve, em algum momento, essa mesma impressão. A despeito da capacidade e competência comprovada dos caras, normalmente parece que existe um julgamento para esses cinco e outro para o restante dos competidores.
Quem assiste aos campeonatos e entende um pouco de surfe, é inevitável pegar a manha do julgamento e começar a, meio que mecanicamente, dar as suas notas durante a transmissão de uma bateria. Minha mulher, Marta, é um exemplo disso. Nunca pegou onda, gosta de assistir vez em quando e, acreditem, já pegou o jeito pra coisa.
Isso é bacana, pois faz do julgamento algo mais claro para os aficcionados e ajuda na popularização do esporte. Em contra-partida, expõe algumas distorções, como é o caso do favorecimento aos cinco tops citados no começo deste post.
Todos eles são patrocinados por alguma das majors da surfwear - Quicksilver, Billabong e Rip Curl, mas entrar nesse mérito é uma seara perigosa e, bem, não agrega muito ao crescimento do esporte. O fato é que, para que os demais competidores não se sintam prejudicados, é preciso que o comitê de arbitragem faça uma revisão nos seus critérios.
É também uma forma do Circuito Mundial não se tornar uma coisa sem graça, repetitiva e com a sensação de que, em termos de julgamento, existem dois pesos e duas medidas.
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